Bomba de insulina: dói?


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Depois que eu conto para qualquer pessoa que eu uso bomba de insulina e não seringa/caneta para tratar o diabetes, a primeira pergunta é sempre essa: DÓI?

Eu acho que as pessoas veem primeiro algo negativo: tem um aparelho grudado em mim através de um fio, e, para completar, elas pensam que a agulha fica dentro do meu corpo. E eu entendo, de verdade. Eu também via primeiro o aspecto negativo da bomba de insulina antes de usá-la. Ela assusta, intimida no primeiro contato. Mas não se engane: ela é a melhor coisa que aconteceu na minha vida, referente ao tratamento para diabetes, desde que eu fui diagnosticada.

Então, respondendo à pergunta: não dói. Pelo contrário, ela diminuiu a dor que eu sentia, o peso que era para mim o tratamento, com as 7 injeções diárias que eu aplicava. Para mim, a conta foi muito simples: troquei sete injeções diárias por uma a cada 3 dias (porque a cada 3 dias eu faço a troca do cateter da bomba, então precisa de uma picadinha de agulha).

Estou dizendo isso a grosso modo, ou seja, esse foi o primeiro ponto positivo que eu consegui enxergar na bomba, mas claro, depois de um tempo usando, é possível perceber os inúmeros benefícios. Eu já fiz um post contando sobre esses benefícios, então se ficou curioso, é só clicar aqui.

Grande parte das pessoas se apegam à estética inicialmente, por isso é difícil entender como um aparelho que fica grudado em você 24h e preso nas roupas é melhor do que uma caneta bonita que fica guardada na bolsa e só é usada quando você vai comer alguma coisa.

No início eu também fiquei preocupada com estética, mas é preciso enxergar além para conseguir entender que, aceitando o tratamento, a vida com diabetes melhora. E quando eu digo “aceitar o tratamento”, é enxergar além da estética, identificando que os benefícios são mais maiores a curto e a longo prazo no tratamento.

Voltando à nossa pergunta inicial: se a bomba de insulina dói, eu já respondi que não, mas eu já senti dor com ela.

Como assim, Nayama???

É isso mesmo. E a minha fala continua a mesma: usar bomba de insulina não dói, por isso, se está doendo, tem alguma coisa errada acontecendo. Provavelmente o cateter dobrou dentro da pele e está bloqueando a passagem de insulina. Pelo menos comigo foi assim.

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Outra possível memória de dor que tenho usando a bomba foi quando o cateter no braço e estava usando o fio (cânula) por fora da blusa (vacilo!), e não por dentro. Estava apressada, desci do carro e fui correr para dentro de casa, quando o fio enroscou no retrovisor do carro e eu recebi um puxão para trás. Graças a Deus nada aconteceu (o cateter não saiu da pele e nem entupiu), mas senti uma dor bem forte na hora.

Mas isso tudo que eu disse acima, não significa que a bomba dói. São fatos isolados, que acontecem de forma errada ou por acaso. Poderia acontecer com quem usa caneta/seringa também. E acontece, muito!

Quando eu usava caneta, direto eu acertava um vasinho sanguíneo que, além de doer, sangrava ou deixava o lugar roxo. Às vezes, o lugar de aplicação era ideal, mas eu estava reutilizando a agulha mais do que deveria (aliás, não façam isso!) e doeu do mesmo jeito. Ou seja, são fatos isolados, que acontecem de forma errada ou por acaso, assim como acontece no caso da bomba de insulina.

Claro que já falei muitas vezes aqui: o tratamento é individual. Tem gente que se adapta tão bem à caneta que não tem necessidade de usar a bomba. E quem vai saber qual é o melhor tratamento é sempre o diabético e seu médico e não eu, que tô aqui compartilhando minhas experiências com vocês. Aqui eu falo sobre o meu tratamento e o que funciona ou não funciona para mim.

E no meu caso, eu afirmo com toda a certeza desse mundo: o tratamento com a bomba de insulina foi a escolha mais assertiva para mim, durante esses 12 anos de diabetes.


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